29.6.08

A rapariga das piruetas

Em cada pedaço de tempo que separava os pontos das diferentes equipas, ela dava uma pirueta. Em cada pedaço de tempo onde a vida abrandava, ela dava uma pirueta. Em cada pedaço de tempo desprovido de interesse, ela dava uma pirueta. Decorava o seu rosto com um rasgado sorriso e dava uma pirueta. Até nas fotografias para mais tarde recordar, ela estava a fazer uma pirueta. As suas piruetas eram leves, elegantes e repletas de energia positiva. Cada pirueta coloria com um pouco mais de alegria as expressões cinzentas que enchiam aquele velho ginásio. Não sei em mundo rodopiava aquela rapariga, mas em cada pirueta, em cada sorriso, em cada gesto inocente, perdia-me nas suas voltas. Gostava de saber qual era o seu segredo. Gostava de saber onde ia ela buscar o êxtase para contaminar todos aqueles que se perdiam nas suas voltas. A rapariga das piruetas não parou o dia inteiro. A rapariga das piruetas parecia feliz.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial