16.6.08

Melodia

Levava na mochila seis cervejas, um bloco para rabiscos, uma caneta e um maço de cigarros. Na mão esquerda levava a guitarra. Sentia-me particularmente leve e bem comigo mesmo. Sentia-me a melhor pessoa deste mundo, dos outros mundos e dos seus arredores. Sentia-me imune às vicissitudes do desenrolar da vida. Caminhava ao ritmo do meu metronomo interior assíncrono enquanto procurava um poiso para existir no meio do parque da cidade. O dia ofereceu-me uma bela tarde de principio de verão cheia de céu azul, de passaritos a chilrear e duma tranquilidade impar. No meio duma clareira encontrei o meu poiso para existir. Saquei da guitarra e dos meus dedos começar a sair notas atrás de notas. Em paralelo, esboçava umas letras para canções alternadas por rabiscos de arvores, bancos de jardim e detalhes pelos quais me enamorava. Pouco depois, chegavam os meus amigos. Tal como lhes tinha pedido, apenas tinham trazido alegria. Não necessitávamos de mais nada. Passámos a tarde a cantar ao som de notas entrelaçadas, sorrisos vincados e cumplicidades desenhadas. No meio duma clareira encontrei o meu poiso para existir. Tinha descoberto a melodia.

3 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

não era preciso arranjar palavras tão rebuscadas para descrever boas ondas

12:35 da manhã  
Blogger Restelo disse...

gostei

7:53 da tarde  
Blogger Catarina disse...

nice ;-)

5:22 da tarde  

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